sexta-feira, 10 de agosto de 2007

De A a Z

Monte Abraão em 1900
Estão assim registadas todas as avenidas, ruas, becos e travessas existentes na Freguesia de Monte Abraão. Ao todo 98. Em muitos casos faltam ainda fotografias das ruas, noutras as das placas toponímicas e em outros casos falta a indicação de quem foram estas pessoas que a Freguesia de Monte Abraão quis homenagear. A verdade é que até agora nos deu muito gozo fazer este trabalho em que aprendemos mais um pouco acerca das figuras gradas da História e Cultura da nossa terra. Assim, vamos pegar na máquina fotografica e percorrer mais uma vez Monte Abraão, depois e porque em breve deverá ser publicado o Regulamento definitivo de Toponimia da CMS, solicitaremos autorização para efectuar a consulta do Arquivo Municipal. A quem nos ler e se por ventura tiver alguma informação que possa enriquecer este nosso trabalho e nos quizer enviar muito agradecemos.
Para completar este trabalho e acrecentar mais informação a este blogue, poderão clicar aqui para aceder aos Códigos postais de todas as ruas da nossa Freguesia.

Rua Professor Doutor Virgilio Machado

Virgílio Aquiles Machado, nasceu em Lisboa, 1859 e faleceu na mesma cidade em 1927.
Como médico notabilizou-se pela aplicação de electricidade, em tratamentos coronários (electroterapia).
Foi o primeiro médico a fazer passar uma corrente eléctrica por agulhas cravadas num aneurisma na aorta. Sucedeu a António Augusto de Aguiar na cadeira de Química no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa.
Em 1903 fundou, na capital, o Instituto Médico Virgílio Machado, para aplicação da Física e da Química às operações do diagnóstico, e estudo, sob o ponto de vista da terapêutica. Era médico honorário da Real Câmara.

Rua Vieira da Silva

Maria Helena Vieira da Silva
(Vieira da Silva)
(1908-1992), pintora de origem portuguesa, nasceu em Lisboa, no seio de uma família que cedo estimulou o seu interesse pela pintura, pela leitura e pela música.
Em 1928 vai para Paris onde estuda escultura, optando definitivamente pela pintura em 1929. Em 1930 casa-se com o pintor húngaro, Arpad Szenes.
Pintora de temas essencialmente urbanos, a sua pintura revela, desde muito cedo, uma preocupação com o espaço e a profundidade. Vive no Brasil de 1940 a 1947. A sua pintura desse período reflecte a angústia da guerra. Depois do seu regresso a Paris, na década de 50, participa em inúmeras exposições em França e no estrangeiro.
Em 1956 obtém a nacionalidade francesa. O estado francês adquire obras suas a partir de 1948 e em 1960 atribui-lhe a primeira de várias condecorações. A partir de 1958, organizam-se retrospectivas da sua obra e são-lhe concedidos importantes prémios internacionais.
Em Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian apresenta a sua obra em 1970, 1977 e 1988. Em 1983, o Metropolitano de Lisboa propõe-lhe a decoração da estação da Cidade Universitária; a obra Le métro (1940) é reproduzida em azulejos com a colaboração do pintor Manuel Cargaleiro.
Em 1994, é lançado o Catálogo Raisonné da sua obra. Pintora da Segunda Escola de Paris, Vieira da Silva teve um importante papel no panorama da arte internacional.

Rua Vasco Santana


Vasco António Rodrigues Santana
(Vasco Santana)
Actor português, inigualável na criação de figuras populares nasceu em Lisboa no dia 28 de Janeiro de 1898. O seu êxito fê-lo interromper os estudos de arquitectura e iniciar uma das mais célebres carreiras de cómico da cena e tela portuguesas.
Pisou o palco pela primeira vez e por acaso, aos 18 anos. Fez centenas de actuações em revistas, operetas, comédias e filmes ao longo da sua carreira.
Destacou-se na comédia e alcançou o estatuto de estrela no cinema, protagonizando filmes como “A Canção de Lisboa”, de 1933, em que contracena com Beatriz Costa e António Silva; “O Pai Tirano”, em 1941, em que faz dupla com Ribeirinho e no qual domina a acção e cria situações brilhantes de humor; e “O Pátio das Cantigas”, em 1942, em que concebe alguns dos seus mais bem sucedidos momentos cinematográficos, como o monólogo com o candeeiro ou os diálogos de trocadilhos com António Silva.
Outos títulos significativos foram: “A Menina Endiabrada” 1929, e “Dinheiro dos Pobres” 1956.
Participou também em programas de rádio, onde teve sobretudo, muita popularidade com o programa "O Zequinha e a Lélé 1947 – 1948”.
Vasco Santana morreu em Lisboa, a 13 de Junho de 1958, com 60 anos.

Rua Tristão da Cunha

Tristão da Cunha nasceu em 1460, filho de Nuno da Cunha , Alcaide Mor de Palmela e de D. Catarina de Albuquerque, foi cavaleiro do conselho d'El-Rei D. Manuel I.
Nomeado como primeiro vice-Rei da India em 1505, não chegou a ocupar o cargo por motivos de cegueira temporária .
Em 1506, foi nomeado comandante da frota que operou ao longo da costa este de África e nas Índias. Sob seu comando estava Afonso de Albuquerque, seu primo, que tinha a seu cargo um esquadrão da frota. Depois de descobrir as ilhas que agora têm o seu nome (arquipélago de Tristão da Cunha), segue para Madagáscar, visita Moçambique, Barawa e Socotorá, que conquistou.
Na Índia prestou auxílio ao vice-rei D. Francisco de Almeida. Em 1514, foi mandado a Roma como embaixador ao Papa Leão X. A embaixada faustosíssima que comandava percorreu as ruas de Roma numa extravagante procissão onde se viam animais selvagens das colónias e riquezas das Índias.
Faleceu em 1540, o túmulo de Tristão da Cunha encontra-se na Igreja de N. Sra. da Encarnação do séc. XVII em Olhalvo (perto de Alenquer.

Rua Theresa Henriques Lancastre

Theresa Maria das Victórias Henriques de Lencastre, de seu nome completo: (Teresa Maria das Vitórias de Jesus de Lourdes de Verdelais de la Salette da Conceição Fernanda Narcisa isabel Feliciana Eusébia Vitorina Teófila Luzia Pedro José Luis de Gonzaga Henriques Pereira de Faria Saldanha e Lancastre)
Descendente de Dom Ayres de Saldanha de Menezes e Souza, proprietária das Quintas da Tascôa e Pero Longo nasceu em 29.10.1873
Por intermédio do seu filho, Francisco Maria das Victórias Lancastre de Almeida Garrett, ofereceu mais de cem mil metros quadrados de terras, para fins exclusivamente comunitários, na zona de Queluz Ocidental, hoje parte integrante da Freguesia de Monte Abraão.
Por respeito a esta Beneméria de Monte Abraão, deveria a JFMA, embora seja competência da CMS a sua recuperação, ter em atenção o estado em que se encontra uma das placas toponímicas, com o seu nome.

Rua Sousa Pinto

José Júlio de Sousa Pinto
(Sousa Pinto)
Natural de Angra do Heroísmo (Ilha Terceira de Açores), a 15 de Setembro de 1856, mas passou sua infância e juventude na cidade do Porto, onde teve o seu primeiro contacto com a pintura.
Somente aos 24 anos de idade é que matriculou-se na Academia Portuense de Belas-Artes, onde foi discípulo de Soares dos Reis.
Em 1880, ganhou um prémio de viagem e fixou residência em Paris, onde aperfeiçoou seus estudos e onde realizou uma grande parte de sua obra.
Pintor paisagista e de figuras, captou as mais belas cenas campestres (veja-se abaixo "O Camponês" foto 1) e da beira-mar, ("Os Pescadores" foto 3) registando a vida e os costumes da gente simples no seu trabalho rotineiro e os dramas vividos pelos aldeões.
Em 1890 pintou a tela "O Barco Desaparecido" (foto 2 abaixo), deixando visível o drama silencioso de duas mulheres à espera de pescadores que se perderam na imensidão do mar.
Morre em 1939

Rua Sousa Lopes

Adriano de Sousa Lopes (Sousa Lopes), nasceu em Vidigal, Leiria, em 20 de Fevereiro de 1879; morreu em Lisboa em 21 de Abril de 1944.
Diplomado pela Academia de Belas-Artes de Lisboa, foi discípulo de Luciano Freire e de Veloso Salgado, tendo sido bolseiro em Paris e ali aluno de F. Cormon.
Em 1917, realizou uma notável exposição em Lisboa, de carácter impressionista, continuando a sua obra em termos de certa medida expressionistas, devido ao rigor do seu desenho e o atormentado da composição, e também simbolistas, além do trabalho realizado nas trincheiras da Grande Guerra, como oficial artista, e de decorações históricas, sobre temas evocativos dos descobrimentos marítimos, na Assembleia Nacional, já em 1937, e que não concluiu.
A sua faceta expressionista patenteia-se também nas suas águas-fortes, técnica em que atingiu um grau de mestria rara.
Entretanto foi nomeado director do Museu Nacional de Arte Contemporânea por recomendação de Columbano e em sua sucessão, em 1929.
Entre duas ou mais situações estéticas, coube-lhe um lugar estimável na pintura portuguesa dos dos anos 20-30. Abaixo duas composições que trouxe da linhas de guerra da Flandres .
Fontes: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, 12.º volume, pág. 490, Lisboa, Verbo, 1971

Rua Ruy Gameiro

Ruy Roque Gameiro, (Ruy Gameiro)
nasceu no dia 27 de Fevereiro do ano de 1907, na Venteira, Amadora, numa casinha modesta, sem título nem rótulo, mas de aspecto invulgar que dizia a quem a olhava de fora, no meio das árvores que lhe serviam de moldura: aqui vive um português que é artista
Filho do mestre aguarelista Alfredo Roque Gameiro, (Roque Gameiro) cursou a Escola de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno laureado. Ao acabar o curso, destacou-se logo na primeira exposição a que concorreu, tendo-lhe sido adquirido, para o museu nacional de Arte Contemporânea, o busto do pintor José Tagarro.
São obras suas, além de vários bustos, o Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em Lourenço Marques, outro em Abrantes, a estátua de D. João II, para a Câmara Municipal de Lisboa, e as figuras de cavaleiros orando, que faziam parte do projecto para o Monumento ao Infante D. Henrique.
No dia 27 de Maio de 1933 realizava-se a união para a vida e para a morte de Ruy Gameiro com Maria Helena Castelo Branco.
Faleceu, aos 29 anos de idade, no 18 de Agosto de 1935, era um domingo. Ao cair da tarde, depois de passar mais um dia em casa de família, próximo da Iguaria, Colares, regressava a Lisboa com sua mulher, numa curva traiçoeira da estrada de Sintra, um choque violento entre a sua «moto» e um automóvel, o desastre vitimou ao mesmo tempo sua esposa.
No local do acidente quase ao nível do chão algumas pedras marcam em singela homenagem, a memória do escultor, este memorial situa-se hoje sob o IC 19.

Rua Ruy Belo

Ruy de Moura Belo
(Ruy Belo)
Nasceu em São João da Ribeira, Rio Maior em 27 de Fevreiro de 1933.
Em 1951 entrou para a Universidade de Coimbra como aluno de Direito e tornou-se membro da Opus Dei. Concluiu o Curso de Direito em Lisboa, em 1956, ano em que partiu para Roma, doutorando-se em Direito Canónico pela Universidade S. Tomás de Aquino, dois anos depois.
Regressado a Portugal trabalhou no campo editorial e em 1961 entrou na Faculdade de Letras de Lisboa, recebendo uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para investigação.
Exerceu, ainda que brevemente, um cargo de director-adjunto no então ministério da Educação Nacional, mas o seu relacionamento com opositores ao regime da época, a participação na greve académica de 1962 e a sua candidatura a deputado, em 1969, pelas listas da Comissão Eleitural de Unidade Democrática, levaram a que as suas actividades fossem vigiadas e condicionadas.
Abandonou a Opus Dei e foi leitor de Português em Madrid entre 1971 e 1977
Obras poéticas: Aquele Grande Rio Eufrates (1961), O Problema da Habitação (1962), Boca Bilingue (1966), Homem de Palavra(s) (1969), Transporte no Tempo (1973), País Possível (1973), A Margem da Alegria (1974), Toda a Terra (1976), Despeço-me da Terra da Alegria (1978)
Em 2001 Todos os Poemas é publicado postumamente.
Faleceu em Queluz, (Monte Abraão) no dia 8 de Agosto de 1978.







Capas dos 2º e 3º volume da Obra Poética de Ruy Belo

Rua Rosa Mota

Rosa Maria Correia dos Santos Mota
(Rosa Mota)
Nasceu no Porto aos 29 de Junho de 1958 é uma atleta de alta competição já fora de actividade. Tornou-se conhecida principalmente pelas suas prestações na Maratona, sendo considerada por muitos como uma das melhores corredoras do século XX nessa especialidade.
Rosa Mota começou a correr quando ainda frequentava o liceu. Em 1980 conheceu José Pedrosa que viria a ser o seu treinador durante toda a sua carreira.
A primeira maratona feminina que existiu, decorreu em Atenas na Grécia durante o Campeonato Europeu de Atletismo em 1982, foi também a primeira maratona em que Rosa Mota participou; embora não fizesse parte do lote das favoritas, Rosa bateu facilmente Ingrid Kristiansen e ganhou assim a sua primeira maratona.
O sucesso passou a ser uma das imagens de marca de Rosa Mota que invariavelmente, termina bem classificada em todas as maratonas de prestígio. Na primeira maratona olímpica que decorreu em Los Angeles em 1994, ganhou a medalha de bronze.
O seu recorde pessoal da distância foi conseguido em 1985 na maratona de Chicago com o tempo de 2 horas, 23 minutos e vinte e nove segundos. Em 1986 é campeã da Europa e em 1987, campeã do Mundo em Roma; em 1988, ganha o ouro olímpico em Seoul, quando a 2 quilómetros da meta atacou Lisa Martin, ganhando com treze segundos de avanço.
Apesar de todo este sucesso, Rosa Mota sofria de ciática, o que não a impediu de continuar a coleccionar triunfos, como fez em 1991, na Maratona de Londres; ainda nesse ano, disputando o Campeonato do Mundo em Tóquio.
Rosa viu-se obrigada a abandonar a corrida e finalmente retirou-se das competições quando não conseguiu terminar a Maratona de Londres no ano seguinte.

Jogos Olímpicos de Seul- 1988
1º Rosa Mota(Portugal)...........2h 25m 39s

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Rua Ribeiro Sanches


António Nunes Ribeiro Sanches
(Ribeiro Sanches)
Nasce a 7 de Março de , na pequena vila de Penamacor, na região da Beira Baixa. Seus pais, Simão Nunes e Ana Ribeiro, são uma família de cristãos-novos.
A 17 de Março, Ribeiro Sanches é baptizado pelo padre Domingos Mendes, cura da freguesia. Em 1716 matricula-se no Colégio das Artes, dirigido pelos jesuítas em 1720 vai para Salamanca onde frequenta a Universidade .
A 5 de Abril de 1724 conclui Ribeiro Sanches a licenciatura em Medicina. Apesar de ter recebido uma oferta para ficar a leccionar na Faculdade de Medicina de Salamanca, Ribeiro Sanches opta antes pelo lugar de médico em Benavente onde permanece durante dois anos.
Manuel Nunes Sanches, seu primo, denuncia-o à Inquisição, o que faz com que Ribeiro Sanches tenha de abandonar o país, antes, porém, o ilustre médico escreve a sua primeira obra intitulada Discurso, sobre as Águas de Penha Garcia, hoje conhecidas por Termas de Monfortinho.
Considerado o maior médico português do século XVIII vai para Londres e depois em Paris e Marselha e mais tarde em Itália, conhece o famoso médico João Baptista A partir dos ensinamentos de Bertrand toma conhecimento de algumas particularidades respeitantes à terrível doença que assolava a Europa - a Peste.
Em 25 de Outubro de 1780 Ribeiro Sanches adoece inesperadamente, não lhe sendo dadas esperanças de vida. Mas, apesar da idade avançada, o médico português consegue vencer a enfermidade, um contentamento que não havia de durar muito tempo.
Morre a a 14 de Outubro de 1783
Hoje dia 6 de Janeiro de 2008, fui alertada para um erro crasso que tinha publicado neste post. É que em vez da foto de Ribeiro Sanches tinha publicado a foto de Voltaire. As minhas desculpas a todos os leitores e os meus agradecimentos ao Sr. Prof. Faustino Cordeiro, coordenador do Boletim da Associação dos Reformados Pensionistas e Idosos de Monte Abraão, que me permitiu corrigir o erro.

Rua Ramada Curto


Amilcar da Silva Ramada Curto
(Ramada Curto)
Nasceu em Lisboa, em 6 de Abril de 1886, filho de João Rodrigues Ramada Curto e de Delfina Guiomar da Silva Ramada Curto. Estudou Direito em Coimbra entre 1905 e 1910. Enquanto estudante destacou-se como um dos líderes da greve académica de 1907, tendo sido um dos estudantes, punido com dois anos de expulsão da Universidade.
Ramada Curto foi um dos responsáveis pela criação de várias organizações republicanas como: Escola 31 de Janeiro, a Liga da Academia Republicana e o Centro Académico Republicano de Coimbra.
Membro da Carbonária, foi um dos organizadores do movimento em Coimbra até 1910. Candidato a deputado republicano em 1910 e 1911 ano em que foi eleito pela Covilhã, sendo mais tarde eleito pelos círculos da Évora, Lisboa, entre outros.
Em 1919, após se desvincular do Partido Republicano, Ramada Curto adere ao Partido Socialista Português, sendo o líder parlamentar deste partido na Câmara dos Deputados.
Foi ainda chamado a desempenhar funções governativas durante a República sendo Ministro das Finanças entre 30 de Março e 28 de Junho de 1919, num governo liderado por Domingos Leite Pereira.
Volta mais tarde a ser convidado a exercer as funções de Ministro do Trabalho, noutro governo chefiado pelo mesmo líder político, entre 21 de Janeiro e 8 de Março de 1921. Faleceu em Lisboa a 18 de Outubro de 1961.

Rua Pires Antunes

Pires Antunes foi Presidente da Junta de Freguesia de Queluz 1976/1979