terça-feira, 7 de agosto de 2007

Rua Alfredo Keill


Alfredo Keil, compositor de música e pintor contemporâneo muito apreciado, nasceu em Lisboa a 8 de Julho de 1854, filho de Cristiano Keil, alfaiate alemão de muita fama, e que desde largos anos se estabelecera em Lisboa, gozando da geral estima e consideração e de D. Josefina Keil.
Tendo apenas 14 anos de idade, foi para a Baviera encetar os seus estudos artísticos, em Nuremberga.
De Nuremberga passou a Munique, mas a sua saúde obrigou-o a deixar a Alemanha e regressar à pátria, em 1870
Em 1878 concorreu à Exposição Universal de Paris com o quadro Melancolia, que alcançou menção honrosa e o prémio pecuniário oferecido pelo governo português.
Afastou-se depois das exposições, dedicando se com maior fervor ao estudo da música, onde lhe estavam também reservadas grandes glorias Para o centenário de Gualdim Pais em Tomar, no ano de 1895, escreveu uma marcha intitulada Marcha de Gualdim Pais. Em compôs para uma representação no Teatro Alegria uma marcha inspirada no ultimatu do governo Inglês de 11 de Janeiro de 1890 - A Portuguesa, hino patriótico, que adquiriu grande popularidade. A Portuguesa com versos de Lopes de Mendonça tornou-se um verdadeiro hino nacional e patriótico. E por
Alfredo Keil foi agraciado com a comenda da ordem de S. Tiago, e o governo italiano concedeu-lhe a comenda da coroa de Itália. (Nota - Na caixa de comentários publiquei as duas versões de "A Portuguesa" a original datada de 1890 e a alteração sofrida em 1959.

2 comentários:

Susete Evaristo disse...

A Marcha original composta em 1890

I
Herois do mar, nobre povo,
Nação valente e imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh patria, sente-se a voz
Dos teus egregios
A voz que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira,
À luz viva do teu céo!
Brade a Europa á terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu sólo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar!
III
Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do resurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar!!

E a versão com as alterações sofridas em 1957


I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente e imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios
A voz que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu, jucundo,
O oceano, a rugir de amor,
E o teu Braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Sendo que o Hino Nacional apenas comporta a primeira estrofe.

Susete Evaristo disse...

Digo: "a versão com as altera�es sofridas em 1957"