quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Rua Gonçalves Zarco


João Gonçalves Zarco e não (Gonçalo Zarco) como aparece na placa toponimica, terá nascido em Leça da Palmeira, ou Tomar, no ano de 1394. Navegador e fidalgo português da Casa do Infante D. Henrique e comandante de caravelas, descobriu a ilha de Porto Santo em 1418, com Tristão Vaz Teixeira e depois a ilha da Madeira, com Bartolomeu Perestrelo, em 1419.
João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira reconheceram o arquipélago da Madeira em 1418, presumindo-se que terão sido arrastados para a ilha de Porto Santo quando se preparavam para explorar a costa da África e atingir a Guiné, numa viagem a mando do Infante.
Regressados a Portugal, os navegadores persuadiram D. Henrique das vantagens de estabelecer na ilha recém-descoberta uma colónia permanente, e a ela regressaram, desta vez acompanhados de Bartolomeu Perestrelo, levando cereais e coelhos.
Zarco não era, realmente, o seu apelido de família, e sim uma alcunha, segundo a lenda, antes de se aventurar pelo Oceano Atlântico. João Gonçalves havia ficado cego de um olho, usando por tal motivo um zarco (pala preta a cobrir o olho). Na ansiedade de recuperar a visão, a primeira coisa que fez, ao colonizar a ilha, foi criar um funchal, ou seja um campo de funcho (erva aromática muito parecida com o anis)
Faleceu em idade avançada no Funchal, por volta de 1467, vindo a ser sepultado na Capela de Nossa Senhora da Conceição, que ele próprio mandara edificar em 1430.

9 comentários:

T. Mileto disse...

o ano de nascimento "134" está mal e o nome na placa da rua "gonçalo zarco" tambem está mal

T. Mileto disse...

o nome na placa da rua devia se "Gonçalves Zarco" e não "Gonçalo Zarco" e o ano de nascimento 134 tambem está mal

Susete Evaristo disse...

Caro T.Mileto, é claro que o ano 134 está errado uma vez que o distinto navegador terá nascido em 1394, séc. XIV, em plena era dos descobrimentos.
Quanto ao nome,do descobridor da Madeira, de acordo com o "Dicionário da História de Portugal Ilustrado", (C.Leitores) chamava-se João Gonçalves Zarco; também o "Manual Enciclopédico" de Emilio Achiles Monteverde (1870)na ensiclopédia Luso Barsileira de Cultura,da Verbo, assim como nos "História de Portugal" de José Hermano Saraiva e na História de Portugal, de A.H.Oliveira Martins, Vol I, (bibliografia consultada), todos referem o nome do Navegador de Gonçalves e não Gonçalo.
Daí se depreender o pouco cuidado que houve quando da ordenação toponómica da Freguesia de Monte Abraão. Aliás havia e há mais erros na Toponimia como é o caso da Rua Pêro Escobar que durante muitos anos foi de Pedro Escobar; Rua Pedro de Sintra ao invês de Rua Pedro de Cintra e uma outra confusão, que considero grave, com o nome do autor do Hino Nacional, Alfredo Keil, cuja placa ostentou ou ainda ostenta, o nome de Alfredo Keil do Amaral, misturando o nome do ilustre compositor, com o nome de um seu bisneto, este sim, Keil do Amaral, mas de seu nome, Francisco.

Susete Evaristo disse...

T.Mileto, os meus cumprimentos e o agradecimento pela correcção que possibilitou fazer.
Agradeço a possivel colaboração na análise das ruas da Freguesia de Queluz que há pouco inicieino blogue:
http://queluz-monteabraao-massama.blogspot.com

Fátima Campos disse...

Citação:
Gonçalo ou Gonçalves Zarco são a mesma pessoa usando-se as duas grafias.
Gonçalves é um apelido, um patronímico, neste caso Gonçalves significa filho de Gonçalo, assim como Rodrigues filho de Rodrigo, Soares filho de Soeiro, Fernandes filho de Fernando, etc...
Por exemplo, D. Nuno Álvares Pereira, filho de D. Álvaro Gonçalves Pereira, que por sua vez era filho de D. Gonçalo Pereira.
Temos, por exemplo, o caso de D. Afonso Henriques filho do conde D. Henrique e o do primo leonês Afonso Raimundes, filho do conde Raimundo de Borgonha. É correcto escrever-se Gonçalo Zarco e Gonçalves Zarco referindo-se à mesma pessoa. Em Alcântara, por exemplo, temos o edifício Gonçalo Zarco, em Leça da Palmeira tem a rua Gonçalo Zarco, no Seixal e em Ovar existe a rua Gonçalo Zarco e existem muitos mais exemplos no nosso país.

Susete Evaristo disse...

Não tenho dúvida de que para o seu comentário se terá documentado, porém não encontrei, como refiro na resposta dada a t.mileto, que fez o favor de me possibilitar a correcção acima, dizia eu que consultada a bibliografia que refiro não encontrei a gragia "Gonçalo" associada ao nome do Navegador. Inclusivamente a Wikipédia - Ensiclopédia livre; assim como registos que consultei na Hemeroteca de Lisboa, todos referem o nome do Navegador como João Gonçalves Zarco.
Assim os exemplos que refere e cito: "Em Alcântara, por exemplo, temos o edifício Gonçalo Zarco, em Leça da Palmeira tem a rua Gonçalo Zarco, no Seixal e em Ovar existe a rua Gonçalo Zarco..." poderão estar feridos de erro tal como a placa toponímica de Monte Abraão.
Os meus cumprimentos

Susete Evaristo disse...

Nota: corrijo a palavra "grafia"

Unknown disse...

Li com interesse o artigo referente á Rua Gonçalves Zarco, bem como aos respectivos comentários. O pai deste ilustre navegador português, chamava-se Gonçalo Esteves Zarco e viveu ca. 1375 e a sua mãe foi Dona Brites de Santarém; portanto, deve-se usar Gonçalves, isto é, filho de Gonçalo!
Não se sabe ao certo o ano em que João Gonçalves Zarco nasceu, mas segundo vários historiadores portugueses, terá sido ca. 1390 - 1395 em Matozinhos.O antigo historiador Gaspar Frutuoso escreveu que João Gonsalves Zarco era mancebo em 1419; sabe-se que o Rei D. João II mudou-lhe o apelido para Camara de Lobos (marinhos); casou-se com Constança Rodrigues que lhe deu 8 filhos, tendo o seu filho primogénito, João Gonsalves da Camara falecido com 80 anos em Março de 1501. Não se sabe a data do falecimento do navegador João Gonçalves Zarco mas presume-se ter sido por volta de 1471.
Comendador José Campos

Susete Evaristo disse...

Obriga Comendador José Campos pelo seu comentário que vem reforçar a tese por mim defendida de que a grafia que a placa toponímia ostenta está de facto errada.
São portanto, ao contrário do que é afirmado num dos comentários acima, duas pessoas distintas ou seja, Gonçalo Esteves Zarco (pai) e João Gonçalves Zarco (filho). Existindo embora as duas grafias as mesmas correspondem a duas pessoas distintas.
Manter o erro é trocar os pés pelas mãos e confundir a história.